No dia três de Novembro de 2017 uma jovem jornalista que acabara de estabelecer contato pela rede de network LinkedIn me fez uma proposta: falaria sobre Jornalismo de Dados e, ao fim, daria um exemplo de como poderia aplicá-lo em um caso real.
No começo fiquei meio assustado, não sabia a veracidade da coisa, nem conhecia a moça direito. Passados dois dias, resolvi topar a parada! – Começaria, ali, meu périplo sobre o que significava jornalismo de dados (até então já tinha ouvido falar, mas possuía uma pequena ideia do que poderia ser.) – Os três dias seguintes foram frenéticos, comecei, em pouco tempo que me restava, afinal, a deadline era dia 9 de Novembro, a pesquisar sobre o conceito e aplicações para o jornalismo, sobretudo, o digital.
Como quem estava meio desacreditado, resolvi estudar e, no dia 9 até às 23:00HS, entregar um vídeo através do Youtube dela, com a duração máxima de quatro minutos.
Minha maior surpresa ainda estava por vir..! Dei o exemplo da tragédia de Mariana, sendo até um pouco sarcástico, pois o que ocorreu lá não foi tragédia, e sim, crime ambiental.
A matéria não só foi aprovada pelo chefe desta moça como teve uma repercussão bem grande na região da Zona da Mata mineira. Agradeceu-me muito, disse que a minha matéria havia ido para a mídia televisiva de uma sucursal de uma poderosíssima emissora nacional e que mais de 150.000 pessoas haviam assistido na íntegra. Disse-me ainda que seu chefe havia aprovado a veiculação e a posterior publicação na TV. Fiquei bem contente, bastante mesmo- isso foi uma injeção de ânimo na minha combalida auto-estima. Cheguei a subscrever-me no Youtube e, em pouco tempo, já tinha 274 visualizações.
O que assombrou-me, de verdade, foi saber que esta matéria que fiz para a jovem jornalista, após cinco meses que ausentei-me do mundo cibernético por questões particulares, havia sido deletada!! Isso mesmo, deletada!
O que me fez despertar para um novo cenário: o da tão combatida, ainda muito temida censura.
Como seria possível uma matéria que ganhou notoriedade e espaço na grade de um telejornal pudesse “desaparecer”?
De maneira alguma quero enaltecer-me aqui. O fato é que meu case foi sobre a tragédia de Mariana. Tragédia???
Você, caro leitor/a pode , porventura estar achando que estou confuso e paranoide; não, eu afirmo a vocês que isto foi queima de arquivo.
Agora, outra monstruosidade em nome do “progresso” que privilegia alguns em detrimento de milhões de menos favorecidos. A tragédia de Brumadinho… Novamente, eu pergunto em alto e bom som: ” TRAGÉDIA?!”.
Isto foi um crime ambiental dos maiores do mundo, senão o maior.
E, quem vai pagar por isso?????
Vale e/ou BHP Billiton?
Na verdade, esta foi uma crônica de uma tragédia anunciada, mais uma, onde vidas foram ceifadas e sonhos perdidos no meio de um mar de lama, destroços e destruição.
Até quando?
Sensacional
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Obrigado, amor…! Sem você, não sei onde estaria hoje.
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